sexta-feira, 29 de junho de 2012

Festival da canção



O Festival RTP da Canção, que mais não é do que um casting para determinar quem representará o nosso pais no certame europeu de musica mais importante, está de volta.
Desde tenra idade que acho que se chama Festival RTP da canção porque é um evento onde se decide o cantor e a musica Portuguesa que vão levar festival numa cidade Europeia (este ano é em Oslo).
Podia ser Abada RTP da canção ou Massacre RTP da canção mas convenhamos que Festival também não está mal.
A nossa melhor classificação foi um 6.º lugar que curiosamente equivale a uma das piores classificações que obtivemos nos jogos sem fronteiras com aquela maldita equipa de Oliveira de Frades.E tenho plena convicção que São Marino fez batota no penúltimo jogo pois a galinha gigante partiu 1 segundo e meio antes do Francês ter apitado.
Como sofrer é connosco, relembra-nos a amiga wikipédia, que em 45 edições do Festival Eurovisão da Canção apenas não participamos em 3.
Devem ter sido as 3 vezes que Portugal brilhou mais.
Não somos um pais de cantores.
Temos de ser realistas.
Somos um pais de poetas, de escritores (temos um prémio Nobel do tempo em que estes não saiam nas caixas de cereais), de descobridores e aventureiros (dai o sucesso nos jogos sem fronteiras) mas caro leitor…não somos um pais de cantores.
Ai é Chico esperto? Então a Amália e a Marisa?
Indagará Vexa com toda a razão.
A Amália e a Marisa são a voz do fado, e o fado é Portugal.Quem gosta de fado não pode escolher entre milhões de cantores que proliferam pelo globo, tem de escolher um fadista e quem melhor transmite tanto sofrimento do que nós?
Provavelmente bastará sintonizar em meados do ano a RTP numa emissão que será transmitida em directo de uma cidade Europeia para ver como gostamos de sofrer.
Se há palavra mais Portuguesa que “saudade” é “masoquismo” e se juntarmos a palavra masoquismo à palavra cantar, deixa de ser só masoquismo e passa a ser um assunto de calamidade pública que não diz respeito a uma só pessoa.
O exemplo mais paradigmático advém dos “Ídolos”.
Apareceram milhares de concorrentes com alguma ligação à musica, no entanto se duas pessoas nunca tiverem desafinado em nenhuma das galas já é muito bom.
Dá que pensar.
“Quem canta seus males espanta” mas nós Portugueses não ficamos contentes em espantar os males, pois massacramo-los e ainda os tentamos ensurdecer. Uma vez surdos ficam os males connosco para sempre pois não há mais formas de os espantar.
E mal por mal lá vamos nós novamente levar festival.
Não disse que éramos um pais de poetas?