Pedro Alvares Cabral nasceu em 1467 e tornou se conhecido por ter descoberto o Brasil. É a ele que devemos o facto de ouvir diariamente aquele sotaque, que se no inicio era harmonioso e doce, aos poucos tornou-se algo banal ao ponto de nem nos apercebermos que estamos a manter uma conversa com alguém do outro lado do Atlântico.
Para o bem ou para o mal, uma coisa podemos dizer,com ou sem sotaque, que de facto Pedro Alvares Cabral viajou.
Para o bem ou para o mal, uma coisa podemos dizer,com ou sem sotaque, que de facto Pedro Alvares Cabral viajou.
Vasco da Gama nasceu em 1469 e ainda no século XV zarpou do rio Tejo em direcção à Índia. A ele devemos todas aquelas especiarias que nos dão mais sabor à vida, mas também aqueles pratos picantes e intragáveis para o nosso sensível paladar ocidental.
Não sei se depois disso, o navegador Português condimentou adequadamente a sua vida, mas não restam dúvidas que Vasco da Gama viajou.
Não sei se depois disso, o navegador Português condimentou adequadamente a sua vida, mas não restam dúvidas que Vasco da Gama viajou.
Fernão de Magalhães nasceu em 1480, atravessou na sua embarcação um estreito que nunca houvera sido transposto e foi o primeiro Europeu a navegar pelo oceano Pacifico.
A ele devemos a certeza e o orgulho de que o maior oceano do mundo foi atravessado pela primeira vez por um de nós, mas também lhe devemos horas e horas de musica melancólica na RFM todas as noites.
Seria da mais elementar justiça se Pedro Abrunhosa cantasse um dia que Fernão de Magalhães viajou.
A ele devemos a certeza e o orgulho de que o maior oceano do mundo foi atravessado pela primeira vez por um de nós, mas também lhe devemos horas e horas de musica melancólica na RFM todas as noites.
Seria da mais elementar justiça se Pedro Abrunhosa cantasse um dia que Fernão de Magalhães viajou.
Sacadura Cabral nasceu em 1881, considerado um aviador distintissimo, voou para a Madeira e Moçambique.
A ele devemos o facto de a Madeira se aproximar do Continente tornado-se “ainda mais Portugal”, mas também o facto de termos de aterrar aterrorizados num dos aeroportos mais perigosos do mundo.
Com medo ou sem medo, o certo é que Sacadura Cabral viajou.
A ele devemos o facto de a Madeira se aproximar do Continente tornado-se “ainda mais Portugal”, mas também o facto de termos de aterrar aterrorizados num dos aeroportos mais perigosos do mundo.
Com medo ou sem medo, o certo é que Sacadura Cabral viajou.
Zé Manel, nasceu em 1985, aos 25 anos já conhecia o mundo inteir0…Navegara por sites desconhecidos pelo comum dos mortais, explorara livros, deixara a sua imaginação voar com as centenas de filmes que vira e caminhara pelos lugares mais exóticos de olhos fechados, ao som de musicas reveladoras.
Conheceu assim mais lugares do que qualquer pessoa que passe a vida a viajar,mas será que poderemos dizer com toda a certeza que, mesmo sendo de uma maneira diferente, o Zé Manel viajou?
Qual navegador dos tempos modernos em que o portátil indica o Norte, o vento determina em que direcção virar as páginas, para que o mp3 chegue a bom porto, sem necessidade de descer à caixa do dvd para remendar um qualquer buraco que um trajecto mal calculado provoque.
Conheceu assim mais lugares do que qualquer pessoa que passe a vida a viajar,mas será que poderemos dizer com toda a certeza que, mesmo sendo de uma maneira diferente, o Zé Manel viajou?
Qual navegador dos tempos modernos em que o portátil indica o Norte, o vento determina em que direcção virar as páginas, para que o mp3 chegue a bom porto, sem necessidade de descer à caixa do dvd para remendar um qualquer buraco que um trajecto mal calculado provoque.
Mas Zé Manel não viajou.
Viajar é estar nos sítios, para que se possa dizer que de facto aquilo é como aparece no filme ou então que não têm qualquer correspondência com o que a musica nos diz.
Viajar não é só ver…é cheirar, é saborear, é falar com as pessoas, conhecer a cultura dentro da própria cultura e não como um simples observador.
Viajar é trazer algo de novo para contar, se não for a descoberta de um novo mundo para o mundo em geral, como as personagens já aqui aludidas, que seja uma experiência, um ponto de vista, a descoberta de um novo mundo para alguém em particular.
Viajar é ser assaltado no Rio de Janeiro, é fumar algo estranho em Amesterdão, é tropeçar nas pirâmides de Chichen Itza, é sentir um arrepio quando se vê in loco a força do olhar de uma mulher árabe com a cara parcialmente coberta.
Viajar é estar nos sítios, para que se possa dizer que de facto aquilo é como aparece no filme ou então que não têm qualquer correspondência com o que a musica nos diz.
Viajar não é só ver…é cheirar, é saborear, é falar com as pessoas, conhecer a cultura dentro da própria cultura e não como um simples observador.
Viajar é trazer algo de novo para contar, se não for a descoberta de um novo mundo para o mundo em geral, como as personagens já aqui aludidas, que seja uma experiência, um ponto de vista, a descoberta de um novo mundo para alguém em particular.
Viajar é ser assaltado no Rio de Janeiro, é fumar algo estranho em Amesterdão, é tropeçar nas pirâmides de Chichen Itza, é sentir um arrepio quando se vê in loco a força do olhar de uma mulher árabe com a cara parcialmente coberta.
Porque se para se viajar bastasse ler um livro, para se estar apaixonado bastaria ler o Romeu e Julieta.
Crónica semanal inserida na rubrica “A minha vida dava uma crónica” no Maisopinião.