domingo, 29 de julho de 2012

Uma carteira que valeu 12 mil euros



Às vezes brinco com estas coisas do Destino, não por acreditar especialmente nele mas pela simples razão que não tenho muito a perder quando o faço.
Esta sexta-feira tinha a difícil missão de ir comprar uma prenda para os anos da minha namorada. 
Tinhamos combinado ir à Avenida da Liberdade em Lisboa, à loja da Furla, para ela escolher a mala que gostava e que já há bastante tempo me tinha dito que era o que queria.
No entanto, o dia começa com uma mensagem catastrófica: "Não vale a pena irmos à loja porque as malas estão esgotadíssimas em todo o lado".
Bonito...aquilo que era uma difícil missão, tornou-se quase impossível. 30 anos não se fazem todos os dias e agora tinha umas horas para resolver um problema que me parecia estar completamente resolvido.
Com um avultado espirito de missão, meti-me no carro em direcção à baixa alfacinha. Comprei um perfume que sabia que ela gostava na Loja das Meias. Obviamente não era suficiente. Dirigi-me para a Avenida da Liberdade, a caminho do Chiado e Rossio à procura de alternativas. De repente, vejo a loja da Furla e sem esperança mas com um lugar vazio à porta ( grande sorte e coisa rara em plena baixa a uma sexta-feira) estaciono com o intuito de perguntar se há alguma loja em Portugal que tenha a mala. Entro e a confusão é grande. De repente vejo dois caixotes cheios de malas dentro, iguais às que sabia serem as malas da sua perdição. Pergunto "- São as candy bag?".
As senhoras, sempre muito simpáticas, dizem que sim, que chegaram há 10 minutos e que aquelas que ali estão não chegam para as reservas que a loja já tem. Provavelmente por verem o meu ar desanimado acrescentam: "- Escolha lá uma que ainda não as registamos".
Liguei de imediato à minha namorada para ela escolher a cor e o modelo que preferia. Como ela não conseguia aceder ao site da loja, por estar demasiada gente a tentar ver os novos modelos, ela deixou à minha consideração. Aconselhei-me com as as senhoras da loja e lá trouxe a cor-de-rosa. Ao sair diz uma delas "- A sério...você devia jogar no Euromilhões", e acrescenta a outra "- Sim...jogue e se ganhar venha cá dizer que ganhou". Não sei explicar a razão mas a verdade é que fiquei a pensar naquilo. Provavelmente foi a forma como o disseram.
Ao passar pela papelaria fiz então algo que nunca faço, joguei no Euromilhões duas sequências e comprei uma raspadinha de 3 euros.
Ao raspar e ao ver que a sorte reservara para mim 500 euros por mês durante dois anos não deixei de sorrir. A verdade é que a raspei com fé de que de facto algo de bom estava ali reservado.
No Euromilhões não acertei um número, mas ainda assim acho que vou perdoar as senhoras da loja.