Às vezes brinco com estas coisas do Destino, não por acreditar especialmente nele mas pela simples razão que não tenho muito a perder quando o faço.
Esta sexta-feira tinha a difícil missão de ir comprar uma prenda para os anos da minha namorada.
Tinhamos combinado ir à Avenida da Liberdade em Lisboa, à loja da Furla, para ela escolher a mala que gostava e que já há bastante tempo me tinha dito que era o que queria.
No entanto, o dia começa com uma mensagem catastrófica: "Não vale a pena irmos à loja porque as malas estão esgotadíssimas em todo o lado".
Bonito...aquilo que era uma difícil missão, tornou-se quase impossível. 30 anos não se fazem todos os dias e agora tinha umas horas para resolver um problema que me parecia estar completamente resolvido.
Com um avultado espirito de missão, meti-me no carro em direcção à baixa alfacinha. Comprei um perfume que sabia que ela gostava na Loja das Meias. Obviamente não era suficiente. Dirigi-me para a Avenida da Liberdade, a caminho do Chiado e Rossio à procura de alternativas. De repente, vejo a loja da Furla e sem esperança mas com um lugar vazio à porta ( grande sorte e coisa rara em plena baixa a uma sexta-feira) estaciono com o intuito de perguntar se há alguma loja em Portugal que tenha a mala. Entro e a confusão é grande. De repente vejo dois caixotes cheios de malas dentro, iguais às que sabia serem as malas da sua perdição. Pergunto "- São as candy bag?".
As senhoras, sempre muito simpáticas, dizem que sim, que chegaram há 10 minutos e que aquelas que ali estão não chegam para as reservas que a loja já tem. Provavelmente por verem o meu ar desanimado acrescentam: "- Escolha lá uma que ainda não as registamos".
Liguei de imediato à minha namorada para ela escolher a cor e o modelo que preferia. Como ela não conseguia aceder ao site da loja, por estar demasiada gente a tentar ver os novos modelos, ela deixou à minha consideração. Aconselhei-me com as as senhoras da loja e lá trouxe a cor-de-rosa. Ao sair diz uma delas "- A sério...você devia jogar no Euromilhões", e acrescenta a outra "- Sim...jogue e se ganhar venha cá dizer que ganhou". Não sei explicar a razão mas a verdade é que fiquei a pensar naquilo. Provavelmente foi a forma como o disseram.
Ao passar pela papelaria fiz então algo que nunca faço, joguei no Euromilhões duas sequências e comprei uma raspadinha de 3 euros.
Ao raspar e ao ver que a sorte reservara para mim 500 euros por mês durante dois anos não deixei de sorrir. A verdade é que a raspei com fé de que de facto algo de bom estava ali reservado.
No Euromilhões não acertei um número, mas ainda assim acho que vou perdoar as senhoras da loja.