sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ministério da saúde adverte para a possibilidade das vacinas contra o"All I Want for Christmas Is You" não chegarem para todos.




Em comunicado, o Ministério da Saúde adverte que nem todos poderão ter acesso à vacina contra a música da Mariah Carey, agora que o surto está preste a começar:
"A grande causa para esta procura é que este ano a vacina traz um suplemento que protege o utente também contra o Natal dos Hospitais e contra os anúncios natalícios  dos hiper-mercados. Infelizmente não estávamos preparados para tanta procura pelo que muita gente vai agonizar, este natal, ao som da Popota, da Leopoldina e, claro está, da Mariah.", podia-se ler no comunicado.

domingo, 29 de julho de 2012

Uma carteira que valeu 12 mil euros



Às vezes brinco com estas coisas do Destino, não por acreditar especialmente nele mas pela simples razão que não tenho muito a perder quando o faço.
Esta sexta-feira tinha a difícil missão de ir comprar uma prenda para os anos da minha namorada. 
Tinhamos combinado ir à Avenida da Liberdade em Lisboa, à loja da Furla, para ela escolher a mala que gostava e que já há bastante tempo me tinha dito que era o que queria.
No entanto, o dia começa com uma mensagem catastrófica: "Não vale a pena irmos à loja porque as malas estão esgotadíssimas em todo o lado".
Bonito...aquilo que era uma difícil missão, tornou-se quase impossível. 30 anos não se fazem todos os dias e agora tinha umas horas para resolver um problema que me parecia estar completamente resolvido.
Com um avultado espirito de missão, meti-me no carro em direcção à baixa alfacinha. Comprei um perfume que sabia que ela gostava na Loja das Meias. Obviamente não era suficiente. Dirigi-me para a Avenida da Liberdade, a caminho do Chiado e Rossio à procura de alternativas. De repente, vejo a loja da Furla e sem esperança mas com um lugar vazio à porta ( grande sorte e coisa rara em plena baixa a uma sexta-feira) estaciono com o intuito de perguntar se há alguma loja em Portugal que tenha a mala. Entro e a confusão é grande. De repente vejo dois caixotes cheios de malas dentro, iguais às que sabia serem as malas da sua perdição. Pergunto "- São as candy bag?".
As senhoras, sempre muito simpáticas, dizem que sim, que chegaram há 10 minutos e que aquelas que ali estão não chegam para as reservas que a loja já tem. Provavelmente por verem o meu ar desanimado acrescentam: "- Escolha lá uma que ainda não as registamos".
Liguei de imediato à minha namorada para ela escolher a cor e o modelo que preferia. Como ela não conseguia aceder ao site da loja, por estar demasiada gente a tentar ver os novos modelos, ela deixou à minha consideração. Aconselhei-me com as as senhoras da loja e lá trouxe a cor-de-rosa. Ao sair diz uma delas "- A sério...você devia jogar no Euromilhões", e acrescenta a outra "- Sim...jogue e se ganhar venha cá dizer que ganhou". Não sei explicar a razão mas a verdade é que fiquei a pensar naquilo. Provavelmente foi a forma como o disseram.
Ao passar pela papelaria fiz então algo que nunca faço, joguei no Euromilhões duas sequências e comprei uma raspadinha de 3 euros.
Ao raspar e ao ver que a sorte reservara para mim 500 euros por mês durante dois anos não deixei de sorrir. A verdade é que a raspei com fé de que de facto algo de bom estava ali reservado.
No Euromilhões não acertei um número, mas ainda assim acho que vou perdoar as senhoras da loja.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Portugal dos pequeninos

Campeões somos nós. Invictos no campo do pessimismo, movidos a uma energia negativa que faz de Portugal uma das piores selecções do mundo aos olhos…dos Portugueses.
Confesso, tenho pouca paciência para o nosso fado do fado. E o canto do coitadinho, não me encanta nada (nem em karaoke).
Porque vivemos constantemente com esta angustia da derrota antecipada?
Portugal dos pequeninos é bem maior do que aquele espaço de Conimbriga e não é só no Restelo que há velhos.
E eis que de repente começa a competição e à primeira vitória somos já os mais prováveis campeões do Mundo (mesmo que estejamos a jogar um campeonato da Europa). Aos olhos dos Portugueses, claro está! Mas o que se passa com os nossos oftalmologistas?  Qualquer participação que não culmine no elevar da taça será uma calamidade. Não sei se somos uma selecção em que estão 11 por todos e todos por 11, mas sei que somos a selecção cujas expectativas vão do 8 ao 80 a uma velocidade mais vertiginosa. Vivemos uma irracionalidade galopante e assustadora. Espanha e Argentina têm cerca de 40 milhões de habitantes,o Brasil 190 milhões, a Alemanha 80 milhões. Eles vivem e respiram futebol como nós, economicamente apostam muito neste desporto e têm uma “matéria-prima de futebolistas” bastante maior do que a nossa.Mas além destas enormes vantagens, tem uma outra que é a que faz com que ganhem. Eles têm o apoio incondicional de povos que acreditam verdadeiramente nas suas selecções.Desde o inicio. 
E isto acontece mesmo que este não seja o Brasil de Pele, a Argentina de Maradona ou a Alemanha de Beckenbauer. É uma questão cultural de quem sabe que só vence quem acredita que pode vencer.
Mesmo que tivéssemos ganho o Europeu, arranjaríamos maneira de desvalorizar o nosso feito.
Porque não temos feitos? Por causa do feitio.
Não tenham dúvidas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Festival da canção



O Festival RTP da Canção, que mais não é do que um casting para determinar quem representará o nosso pais no certame europeu de musica mais importante, está de volta.
Desde tenra idade que acho que se chama Festival RTP da canção porque é um evento onde se decide o cantor e a musica Portuguesa que vão levar festival numa cidade Europeia (este ano é em Oslo).
Podia ser Abada RTP da canção ou Massacre RTP da canção mas convenhamos que Festival também não está mal.
A nossa melhor classificação foi um 6.º lugar que curiosamente equivale a uma das piores classificações que obtivemos nos jogos sem fronteiras com aquela maldita equipa de Oliveira de Frades.E tenho plena convicção que São Marino fez batota no penúltimo jogo pois a galinha gigante partiu 1 segundo e meio antes do Francês ter apitado.
Como sofrer é connosco, relembra-nos a amiga wikipédia, que em 45 edições do Festival Eurovisão da Canção apenas não participamos em 3.
Devem ter sido as 3 vezes que Portugal brilhou mais.
Não somos um pais de cantores.
Temos de ser realistas.
Somos um pais de poetas, de escritores (temos um prémio Nobel do tempo em que estes não saiam nas caixas de cereais), de descobridores e aventureiros (dai o sucesso nos jogos sem fronteiras) mas caro leitor…não somos um pais de cantores.
Ai é Chico esperto? Então a Amália e a Marisa?
Indagará Vexa com toda a razão.
A Amália e a Marisa são a voz do fado, e o fado é Portugal.Quem gosta de fado não pode escolher entre milhões de cantores que proliferam pelo globo, tem de escolher um fadista e quem melhor transmite tanto sofrimento do que nós?
Provavelmente bastará sintonizar em meados do ano a RTP numa emissão que será transmitida em directo de uma cidade Europeia para ver como gostamos de sofrer.
Se há palavra mais Portuguesa que “saudade” é “masoquismo” e se juntarmos a palavra masoquismo à palavra cantar, deixa de ser só masoquismo e passa a ser um assunto de calamidade pública que não diz respeito a uma só pessoa.
O exemplo mais paradigmático advém dos “Ídolos”.
Apareceram milhares de concorrentes com alguma ligação à musica, no entanto se duas pessoas nunca tiverem desafinado em nenhuma das galas já é muito bom.
Dá que pensar.
“Quem canta seus males espanta” mas nós Portugueses não ficamos contentes em espantar os males, pois massacramo-los e ainda os tentamos ensurdecer. Uma vez surdos ficam os males connosco para sempre pois não há mais formas de os espantar.
E mal por mal lá vamos nós novamente levar festival.
Não disse que éramos um pais de poetas?

Como lidar com a fama


Ponto prévio: Apesar de aceder ao simpático convite do Yssencial para escrever um texto sobre a fama, contando um pouco do meu percurso e vantagens/desvantagens que alguma notoriedade me trouxe, eu não sou famoso. Deste modo, pode o excelentíssimo leitor parar de se questionar sobre “quem é este gajo?” ou “em que reality show é que participou?” porque ainda sou menos famoso do que alguns pseudo-famosos do nosso pais. Não é algo que me tire o sono, pelo contrário…como não sou famoso tenho muito menos coisas para fazer, o que me permite dormir mais tempo.É caso para dizer que não sou famoso com muito gosto.
Muitas pessoas conhecem o meu trabalho mas poucas sabem quem sou. Porquê? Porque para se ser conhecido em Portugal é preciso aparecer, seja no youtube, seja na televisão, cenário do qual sempre fugi um pouco.Acho que tenho a melhor fama do mundo, que é a de ser reconhecido e valorizado pela minha família, pelos meus amigos e seguidores, o que faz com que apenas as pessoas que verdadeiramente gostam de mim me reconheçam no “mundo real”. Isto, parecendo que não, é importante quando alguém  se dedicou uns meses  a enviar   e-mails fictícios, com situações absurdas para vários destinatários, alguns deles com muito pouco sentido de humor. Já me reconheceram na rua algumas pessoas que não conheço mas não é uma constante pelo que quando me apercebo que durante o dia está muita gente a olhar para mim, limito-me a olhar para a braguilha e fecha-la.
O que mudou na minha vida após a publicação de um livro por uma conceituada editora e de uma certa exposição mediática que o mesmo originou? Curiosamente a grande diferença passou a ser essencialmente na relação com outras figuras públicas que apenas conhecia dos media. Para mim todas eram iguais. Ao nível de humoristas, apresentadores e actores percebo agora quem é verdadeiramente grande e aqueles que apesar de a maioria julgar que são uns grandes senhores não deixam de ser muitos limitados no seu intelecto e maneira de ser pois apenas olham para o seu umbigo. Confesso que me deu muito gozo de ver a preocupação de alguns destes últimos em não promover minimamente o trabalho de alguém desconhecido como se eu constituísse alguma ameaça. Desses não rezará a minha história. Outros e outras  surpreenderam-me pela positiva. Felizmente tratou-se de uma grande maioria.Foi engraçado ver pessoas conhecidas a contactarem-me por sua iniciativa e a abrir portas para eventuais projectos conjuntos.Outras figuras públicas juntaram-se aos fás do meu trabalho e demonstraram admiração e gratidão por umas horas bem passadas demonstrando interesse em me conhecer melhor, o que me deixou obviamente cheio de orgulho e com um sorriso de orelha a orelha. Apesar de parte da memória do meu telemóvel ser agora ocupada por contactos que nunca julguei ter a verdade é que pouco uso faço deles. Se calhar é por ter sempre pouco saldo.
O aspecto positivo que vejo na existência de uma maior notoriedade prende-se com questões motivacionais. Sabendo que existe uma base de trabalho conhecida e reconhecida, sei que há uma expectativa das pessoas, que estão atentas ao que vou fazendo, o que me dá azo e vontade de fazer algo genial. Penso que quem parte para uma aventura que proporcione aparição em jornais, revistas e televisão tem de partir com uma perspectiva de que tudo é efémero porque senão sofrerá uma grande decepção. Os que aguentam anos e anos num patamar elevado contam-se pelos dedos das mãos e perante a conjuntura actual são cada vez menos.
Em Portugal quase que não há famosos: Há pessoas mais e menos conhecidas. Os dois únicos portugueses, activos, que considero famosos, são reconhecidos ambos por causa do futebol e estão em Espanha. Só Mourinho e Ronaldo acredito que movam multidões de inúmeras nacionalidades e que não consigam ter uma vida normal em qualquer pais fora do burgo sem serem incomodados. Outros que por cá andam vivem na ilusão que o facto de serem reconhecidos na rua faz deles pessoas famosas e estrelas galácticas quando todos sabemos bem da diminuta dimensão deste nosso jardim à beira mar plantado. Sou da opinião que em vez de um Fama Show, deveria existir um programa onde algumas pessoas seriam confrontadas com a sua real dimensão antes de dizerem adeus às suas ilusórias convicções de superioridade.Chamar-se-ia, obviamente, Fama Xau.
Texto escrito para o site http://www.yssencial.com acedendo ao simpático convite que me foi formulado pelo autor.